Arqueologia do Resgate – Museu Nacional Vive
A exposição teve como principal objetivo mostrar ao público o trabalho realizado pela equipe do Núcleo de Resgate de Acervos nos escombros do Palácio de São Cristóvão após o incêndio do dia 2 de setembro de 2018, exibindo objetos que resistiram ao fogo e foram recuperados, além de peças de departamentos cujas coleções não foram atingidas pelo incêndio por ficarem em prédios anexos, com o total de 203 itens expostos. A mostra buscou evidenciar que o museu, apesar das grandes perdas, continuava suas atividades de pesquisa, ensino e extensão por meio de seu corpo social, além de destacar a importância do projeto de reconstrução, para que pudesse ser reaberto e voltar a realizar suas atividades de modo pleno, continuando a cumprir sua função social.
Dentre os acervos resgatados e expostos, na área de etnologia, estavam itens indígenas, afro-brasileiros e africanos; na área de arqueologia, havia itens da Coleção Imperatriz Teresa Cristina com artefatos greco-romanos e da coleção egípcia, além de objetos de culturas pré-colombianas. No que concerne às coleções geológicas, havia itens da coleção de meteorítica, como o Meteorito Santa Luzia que ficou no hall de entrada do CCBB; e alguns exemplares de rochas pertencentes à Coleção Werner, uma das primeiras coleções do MN e com grande valor científico e histórico; Nas coleções de paleontologia, havia itens de paleovertebrados, paleoinvertebrados e de paleobotânica, como um tronco fossilizado que ficou aderido ao metal do armário onde estava.
Dentre os invertebrados, estavam conchas de moluscos que foram resgatadas, e dentre os exemplares das coleções de entomologia, uma das mais afetadas pelo incêndio, havia apenas alguns vestígios como mantas de algodão com insetos, fragmentos de ninhos de vespas e alguns vidros derretidos. Também foram expostos fragmentos de esculturas que ornavam a fachada do Palácio e um pedaço de uma viga retorcida, que fazia parte da estrutura do edifício, mostrando o poder de destruição do fogo. O MN também possui uma coleção didático-científica, pertencente à Seção de Assistência ao Ensino usada em atividades educativas, que foi atingida, e como símbolo do início de sua recomposição, foi colocado o réplica do Trono do Reino de Daomé, que foi feito pelo estudante Miguel Monteiro Nunes, aluno da escola Américo de Oliveira, Rio de Janeiro.
Um dos casos mais emblemáticos foi o resgate dos fragmentos do crânio de Luzia; uma foto do crânio antes do incêndio foi colocada ao lado de uma vitrine com as reproduções, impressas em três dimensões, do crânio e a reconstrução facial de Luzia.
Algumas coleções do Museu Nacional não foram atingidas por estarem em edifícios em uma outra área pertencente à instituição no interior da Quinta da Boa Vista, o Horto Botânico. Dentre essas coleções estão as do Departamento de Vertebrados, com exemplares expostos como em aves, mamíferos, peixes, répteis e anfíbios, do Departamento de Botânica, com exsicatas históricas, algumas coleções do Departamento de Invertebrados, com itens de referência para pesquisas, a Biblioteca, com o relatório do transporte do Meteorito Bendegó da Bahia para o MN, no Rio de Janeiro, então capital do Império.
Outros núcleos explicavam a “O Palácio Imperial: Paço de São Cristóvão”, a dimensão histórica do Museu Nacional, a República e o Museu Nacional, quando a sede da instituição é transferida para o Palácio de São Cristóvão, um texto dedicado aos heróis anônimos, que são os servidores do museu e a pesquisa transformada, abordando o impacto nos processos das pesquisas causado pela perda de itens das diferentes coleções do museu, além de documentação histórica.
A exposição recebeu cerca de 220.000 visitantes.